Quadrilha

Quadrilha junina
Veja aqui um pouco da história das quadrilhas.


Ao lado do sentimento religioso que o Ciclo Junino desperta na população, também o sentido de "festa" se amplia com as brincadeiras, as superstições, musicalidade e a dança, expressões nítidas e fortes no jeito de ser nordestino.

As festas juninas têm início no dia de São José, justamente quando se dá o plantio do milho, cereal básico de toda a culinária do período junino.

E a partir de então percebe-se a movimentação de artistas que se dedicam, como compositores e intérpretes, ao forró, xaxado, coco e ciranda, divulgando suas músicas, seus grupos de danças típicas e seus shows.


Paralelamente ao trabalho dos produtores culturais, a juventude também inicia o natural burburinho de ensaios de quadrilhas dança típica do ciclo junino, ciclo que desperta na população, também o sentido de "festa" que se amplia com as brincadeiras, superstições, musicalidade e a dança, expressões nítidas e fortes no jeito de ser nordestino.

A  origem  da  quadrilha


Originária das velhas danças populares das áreas rurais da Normandia e da Inglaterra, a quadrilha chega ao Brasil através dos mestres franceses Milliet e Cavalier, como uma das danças de salão preferidas pela nobreza do século XVIII e XIX.

O pesquisador Lula Gonzaga diz textualmente que a quadrilha "tornou-se uma das mais animadas danças de salão da Europa, nos Estados Unidos e no Brasil durante o século XIX.

Esta dança palaciana teve gosto na França no século XVIII, sendo muito popular na era napoleônica. Foi registrada na Inglaterra em 1815 e em Berlim em 1820. A data desta manifestação no Brasil foi possivelmente em 1820, quando sua presença era notada em festas palacianas em várias comemorações e até no carnaval.

No Brasil, os grupos da elite imperial, que procuravam acompanhar o gosto europeu em termos de moda, leitura, danças, e até comida, trouxeram o costume daquele continente no início do século XIX." Esses costumes popularizaram-se de tal forma e em toda a parte, que perderam um pouco de sua pose aristocrática, saindo dos salões palacianos para ruas e clubes populares.

Danças  palacianas


Enquanto dança palaciana, de elite, a Quadrilha tinha cinco partes com marcação em francês. Lula Gonzaga nos passa as informações mais importantes:

1ª parte
La chaine continue des dames (a corrente contínua de damas).

2ª parte
La nouvelle Traine (a nova corrente).

3ª parte
La corbeille (a cesta de flores).

4ª parte
Double pastourelle (dupla pastorinha). Essas partes eram no andamento Alegro e Alegretto.

5ª parte
Boulangère (padeira) ou Casescroise (quebrado-cruzado).

A quadrilha terminava por "En avant" geral ou "Galope", mais tarde modificado como polca, mazurca ou valsa.

Conforme Roberto Benjamin, "a quadrilha, hoje associada ao casamento matuto vai se transformando em um folguedo de natureza complexa.

O casamento matuto é a representação onde os jovens debocham com muita liberdade e malícia da instituição do casamento, da severidade dos pais, do sexo pré-nupcial e suas consequências, do machismo, etc. Tal representação crítica acaba por reforçar os papéis sociais e os valores da moral tradicional. Um aspecto deve ser evidenciado - os festejos juninos são a festa da adolescência, e da juventude, talvez ainda como uma reminiscência dos ritos de fertilidade".

Casamento  matuto


O enredo é simples e engraçado: a noiva quase sempre está grávida; os pais da noiva obrigam o noivo a casar; este se recusa; é necessária a intervenção da polícia; depois o casamento se realiza com o padre fazendo a parte religiosa e o juiz fazendo o casamento civil, sob as garantias do delegado e seus soldados. A quadrilha é o baile de comemoração do casamento. O enredo é desenvolvido em liguagem alegórica, satirizando a situação, às vezes, em palavreado chulo.

Personagens
O casamento matuto é representado pelos participantes da quadrilha. Os personagens são: os noivos, os pais do noivo, os pais da noiva, os padrinhos e madrinhas, padre, às vezes, o sacristão, delegado, às vezes, com alguns soldados, o juiz com o escrivão; os demais integrantes do grupo são convidados. Incorporam também uma rainha e princesas do milho ou da espiga, escolhidas através da venda de votos, que é uma forma de angariar recursos financeiros para cobrir as despesas.

Coreografias

Anavantur
Cavalheiros tomam as damas e andam de mãos dadas até o centro do salão, encontrando-se com a fila da frente.

Anarriê
Os pares, ainda de mãos dadas, voltam em marcha-ré até o ponto em que estavam e se separam, ficando cavalheiros em frente às damas.

Travessê de cavalheiros
As damas ficam paradas e os cavalheiros atravessam o salão parando em frente à dama do outro par, cujo cavalheiro faz também o mesmo. Ao se encontrarem com as damas dos pares da frente, dâos-se os braços, fazem duas meias-voltas, indo depois para seus lugares.

Travessê geral
As duas filas atravessam o salão ao mesmo tempo, cruzando-se no centro pela direita. Ao chegarem aos lugares voltam a ficar de frente para o par.

Balancê com o par vis a vis
Seguem somente os cavalheiros e ao se encontrarem com as damas, vão entrelaçando o braço direito no braço direito da dama. Dão duas voltinhas e retornam a seus lugares, ficando de frente para o par.

Balancê com seus pares
Cavalheiro de frente para sua dama. Ambos fazem o balanceio, sem sair do lugar.