Mão  Branca

Edigar Evangelista dos Anjos nasceu em 14 de janeiro de 1959, no Lodo das Jegas, região da Mata Fria, município de Macarani, Bahia.


Filho de agricultores, aprendeu desde cedo os segredos da labuta na roça, as maravilhas e os encantos de uma boa noite de forró.

Lodo das Jegas 14 de janeiro me cuspiram no mundo me taxaram violeiro...

Trecho Música - Estradante



Vida

A primeira vez que Edigar conheceu uma cidade foi aos seis anos de idade, pelas mãos de sua tia Zita, que o encaminhou à escola, da qual fugiu várias vezes, em busca dos banhos de rio, das farras de ferra, das festas de reis, noitadas de forró, caçadas de tatu, esperas de macuco, mansas de bravo; lidas que hoje contribuem para a autenticidade de suas composições, repletas dessas lembranças.

Edigar se torna Mão Branca com o aparecimento do vitiligo em diversas partes do corpo. Tornou-se então sua marca, ao lado de sua performance nos palcos. Iniciou sua carreira como cantador, seguidor que foi da escola de Elomar Figueira de Melo, grande compositor baiano, outro sertanejo de brio e de fé. Lançou diversos discos representando esse estilo musical.

No LP "Da terra firme, um canto forte", de escreve Elomar: "O que não deixa de ser uma grande perda para o campo, contudo, lembrando que OMNIA MEA MECUM PORTO sabemos que de jeito não haveria para esse malungo e brilhante menestrel deixar de assim portar-se. É mais um cavaleiro que não perpassará os crivos da história da nossa música, porque não veio pelo OMNIBUS da moda, tão pouco a serviço do rei".

Edigar Mão Branca participou de movimentos estudantis, recitais, grupos de teatro e fundou, em São Paulo, grupos de música regional, ainda no final dos anos 70. A sua experiência como trovador lhe permitiu experimentar uma incursão pelo rádio, veículo no qual atuou durante muitos anos e produziu uma série de programas, sempre privilegiando as canções que falavam da alma de seu povo.

O trabalho no rádio não o impediu de conduzir sua carreira musical e logo ambos cresceram e o fizeram, dez anos depois, ter que optar entre os dois veículos. A música venceu. Venceu também o forró, que ganhou um dos seus maiores defensores e autor do mais alto gabarito.

Como forrozeiro, Edigar ampliou sua fama por entre os quatros cantos da Bahia e parte do Nordeste. Fortaleceu o forró legítimo, "gonzagueiro", que tem na vida e na língua do sertanejo nordestino a sua principal fonte de inspiração.

Edigar Mão Branca traçou o caminho entre a poesia cantada com voz e violão e aquela feita com triângulo, sanfona e zabumba.